Este ano, o lema do Dia Mundial do Sono é “Sono de Qualidade, Mente Sã, Mundo Feliz” e não há melhor lema para introduzir as insónias: um verdadeiro pesadelo – dada a sua frequência a nível mundial e o seu impacto na qualidade de sono e, consequentemente, no bem-estar físico e mental.
Neste contexto, estima-se que a pandemia de COVID-19 tenha sido particularmente impactante, associando-se à alteração de padrões de descanso e aumento de queixas e sintomas relacionados com distúrbios de sono, como é o caso da insónia.
Mas o que é, então, a insónia?
A insónia pode ser definida pela dificuldade em adormecer, manter o sono ou pela tendência para acordar excessivamente cedo ou antes da hora desejada. Frequentemente, surgem associadas a estes sintomas, queixas de sensação de sono não reparador, cansaço durante o dia ou sonolência, irritabilidade, dificuldade em manter atenção e concentração, aumento de erros ou acidentes, e propensão para um maior esquecimento das tarefas.
Apresenta algum destes sintomas ou queixas?
Se sim, note que eles podem estar a ser causados ou mantidos por stress, ansiedade, depressão, trabalho por turnos, má higiene do sono (isto é, hábitos e comportamentos associados ao dormir, desadequados, como o excesso de exposição a ecrãs) ou consumo de substâncias (como medicamentos, álcool ou drogas).
Podem verificar-se ainda outras causas para a insónia, como a existência de outro tipo de condições físicas ou doenças, como acontece, por exemplo, com as Doenças de Parkinson e Alzheimer ou, até mesmo derivado de outras perturbações de sono. Viagens frequentes para fusos horários diferentes podem também promover episódios de insónia.
Se, por um lado, os episódios de insónia podem ser esporádicos e sem consequências a longo prazo, é também verdade que quando crónica, a insónia pode apresentar consequências mais preocupantes, como é o caso das arritmias cardíacas (ex. taquicardias – “o coração acelera”), depressão, zumbidos nos ouvidos, dor de cabeça, tonturas, queda de cabelo ou alterações do peso (emagrecer ou engordar).
Quando estes sintomas e queixas se mantêm ao longo do tempo e são disruptivos para o seu dia, deve analisar os seus hábitos para perceber se mantém uma higiene de sono adequada ou se tem comportamentos que possam estar a promover a sua insónia.
Caso necessite de ajuda adicional, procure um profissional de saúde que o ajude a identificar a causa do seu problema de sono e determine o tipo de tratamento que melhor se adequa à sua situação.
Repousar não deve ser uma dificuldade, por isso neste Dia Mundial do Sono, torne o seu descanso prioritário!
Liliana Amorim
Psicóloga
Especialização em Psicologia Clínica e da Saúde