A Declaração Universal dos Direitos Humanos, consagra a proteção e a garantia do direito das pessoas idosas a uma vida com dignidade. Compreender estes direitos é um passo fundamental para que os idosos, as suas famílias e cuidadores possam reivindicar condições adequadas para uma vida digna, podendo assim prevenir situações de abuso ou negligência ao idoso.
No meu dia a dia, enquanto Assistente Social da área da Saúde, verifico que os muitos idosos têm ainda muita dificuldade em aceder aos direitos sociais que lhe assistem. Isto acontece por diversos motivos: desconhecimento da existência dos mesmos, falta de literacia, por isolamento cada vez maior no que toca às novas tecnologias e respetivas ferramentas. Acresce ainda, que o pedido destes benefícios é extremamente burocrático, o que leva a que muitas das vezes, quer pela falta de resposta no esclarecimento das suas dúvidas, quer pelo tempo de resposta e excessiva documentação solicitada, acabem por desistir do pedido destes apoios, uma vez que não têm auxílio de um profissional de ação social que os ajude.
A sociedade está a mudar com o recuso às tecnologias, sendo emergente apoiar os idosos nestas mudanças. Socialmente está a ficar tudo informatizado, assim sendo a informação fica mais deficitária em chegar aos idosos.
Na minha opinião é necessário criar uma sociedade mais informada, onde os direitos dos idosos sejam respeitados e acima de tudo estes sejam protegidos. Neste cenário os Assistentes Sociais desempenham um papel crucial, uma vez que são estes profissionais que diariamente atuam na promoção e proteção dos direitos dos idosos, garantindo o acesso aos recursos essenciais como a saúde e o apoio social. Além disto, os Assistentes Sociais têm um papel importante, fundamental, no esclarecimento dos direitos dos idosos, ajudando-os a compreender como podem exercer plenamente esses direitos. Com a abordagem informada e empática os Assistentes Sociais detetam e identificam situações de vulnerabilidade, são, portanto, defensores da dignidade humana dos idosos, trabalhando para que possam ter uma vida ativa com autonomia e integração social.
Na minha prática profissional, constato no meu dia a dia, uma grande parte dos idosos chega ao fim de vida, nomeadamente nos cuidados paliativos, sem ter conhecimento dos benefícios sociais e direitos sociais, que poderiam usufruir há imenso tempo.
A inexistência de um Assistente Social disponível para acompanhar, informar, orientar, encaminhar e instruir os processos de atribuição destes benefícios sociais, faz com que muitos idosos fiquem à margem de direitos que lhe assistem. Quando falo em direitos sociais refiro-me tanto aos benefícios sociais, como os subsídios e complementos adequados à sua situação clínica, como aos produtos de apoio que auxiliam o idoso na sua situação de dependência. Dificilmente têm acesso, por desconhecimento de como podem usufruir ou ter acesso às respostas sociais, nomeadamente os ERPÍS, Centros de Dia e SAD. Com o acesso mais facilitado aos produtos de apoio (ajudas técnicas) poderia minimizar a dificuldades muitas vezes sentidas, quer seja na deambulação, como no conforto, nos cuidados de higiene e no descanso, ou seja, no conforto do dia a dia.
Os Assistentes Sociais são profissionais que, diariamente, atuam na promoção e proteção dos direitos dos idosos, garantindo o acesso a recursos essenciais como saúde e apoio social. Além disso, os assistentes sociais têm um papel importante no esclarecimento dos direitos dos idosos, ajudando- os a compreender como podem exercer plenamente esses direitos.
No meu ponto de vista, penso que deveria exis9r o papel de um Assistente Social de Família, para que os idosos pudessem ter igualdade no acesso aos direitos Sociais.
Sandrina Viera
(Assistente Social)